O Bloco de Esquerda promoveu a sessão “Falar de Cultura”, na Junta de Freguesia de São Victor, em Braga. Com a moderação de Bruno Maia e intervenções iniciais de Ricardo Cerqueira e Manuela Barreto Nunes, este encontro proporcionou um animado debate.
O Estatuto dos Profissionais da Área da Cultura, aprovado num contexto em que a pandemia pusera a nu os graves problemas de desproteção social destes trabalhadores, não trouxe ainda as necessárias soluções. Muitas das atividades de preservação, interpretação e criação artística continuam a ser empurradas pelos promotores culturais, maioritariamente entidades públicas, para falsos recibos verdes e com pagamentos habitualmente atrasados, continuando o peso das contribuições para a Segurança Social a ser assegurado maioritariamente, e por vezes exclusivamente, pelos trabalhadores que, mesmo assim, nem sempre têm acesso ao subsídio de desemprego e outros apoios.
O Bloco de Esquerda tem exigido o aumento da dotação orçamental para a Cultura, sendo necessário que atinja rapidamente 1% do produto interno bruto (PIB) como é recomendado por várias organizações internacionais. Tal permitirá o respeito pelos trabalhadores e pelo património, dando condições para preservação, criação e usofruto das diversas expressões artísticas.
Deixando-se a pergunta ao centro e à direita, que sabem que o investimento em Cultura tem retorno, sobre as razões que os levam a menorizar estas áreas de pertença coletiva, saiu deste encontro o repto para romper com a estandardização do entretenimento e continuar a defender uma séria democratização da Cultura, geradora de criatividade, cooperação, conhecimento e empatia, como defendem os programas nacional e distrital do Bloco de Esquerda.