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Bloco exige renovação na Segurança Social de Braga

Foto de Enric Vives-Rubio

A orientação caritativa e mercantilista que o diretor do Centro Regional da Segurança Social de Braga adotou na sua intervenção condiz com a condução do governo de direita nos últimos anos de estrangulamento dos serviços públicos da Segurança Social.

Braga foi um dos distritos do país onde os apoios sociais mais diminuíram, foram entregues serviços a privados, afastaram-se trabalhadores essenciais para o funcionamento dos serviços e aumentou a pobreza. O Bloco de Esquerda considera que o diretor do Centro Distrital da Segurança Social de Braga, não tem condições para se manter em funções e para liderar uma mudança que urge naquelas políticas.

Recorde-se que Rui Barreira é o responsável regional a que o ministro da Segurança Social se referia quando, em pleno debate do Orçamento de Estado, afirmou que havia um dirigente que “em entrevista disse textualmente que considerava não ter condições para exercer aquele cargo com um governo do Partido Socialista…”.

As declarações que Vieira da Silva citou estão publicadas na edição de 30 de março de 2013, da Revista SIM. Nela, o atual diretor da Segurança Social de Braga, quando questionado se se sente diminuído por desempenhar um cargo político da escolha do Governo (neste caso do PSD/CDS-PP), defende que a função que desempenha“tem que ser exercida por alguém com a mesma orientação política”.

Rui Barreira vai mesmo mais longe e, quando lhe perguntam se “seria governável se as orientações políticas fossem diferentes”, responde: “Seria difícil, porque iria ter que implementar no terreno medidas com as quais não concordava. Em 2005, quando o PS foi para o governo, pediram-me para ficar mais alguns dias, enquanto substituíam a Dra. Filomena Bordalo pela nova diretora. Eu transmiti que não ficaria nem mais um dia, porque não fazia sentido, já que não acreditava na política que iria ser implementada”.

O ministro da Segurança Social, afirmou, na mesma ocasião, que “passaram-se três meses desde a tomada de posse do governo do Partido Socialista, estou à espera da carta de demissão desse senhor, porque dizia que nem um dia ficaria com um governo do Partido Socialista”.

Perante as declarações públicas e publicadas, o atual diretor da Segurança Social de Braga perdeu quaisquer condições para continuar a exercer o cargo. É preciso uma mudança no sentido da recuperação das políticas sociais públicas, mas passaram-se três meses e Rui Barreira mantém-se agarrado ao cargo.

Lamentavelmente, perante a falta de coerência e de dignidade política do ainda diretor, não restará ao ministro da Segurança Social outra solução que não a de o demitir, pois, como resulta provado, este não dispõe do mínimo de confiança nem de lealdade institucional para se manter no exercício daquele cargo.

Vieira da Silva tem, em sua posse, um memorando de várias dezenas de páginas, elaborado por um grupo de trabalhadores da Segurança Social de Braga, onde é enunciado um extenso rol de irregularidades que põe em causa a missão de serviço público daquela entidade.

 

Notas:

Revista SIM

Intervenção do Ministro no Parlamento