
“A privatização ou a entrega à Misericórdia do Hospital de Fafe é um dos exemplos da política de austeridade imposta por este governo e pela Europa, que precisamos de combater, já no próximo dia 25”, afirmou o candidato do BE às Eleições Europeias, à saída de uma reunião com o presidente da Câmara de Fafe.
O candidato do BE denunciou as pressões que o presidente das Misericórdias tem feito junto do governo e da opinião pública, bem como os interesses de privados que estão a posicionar-se no terreno e que estão a preocupar a população.
“As pessoas têm receio, sentimos isso na rua, e se o objetivo é poupar 25 por cento nos custos, é claro que isso só pode ser feito à custa da degradação do serviço e do despedimento de pessoas”, afirmou Carlos Silva, lembrando que “o Tratado Orçamental que nos querem impor só poderá trazer o desmantelamento do estado social e a degradação dos serviços públicos, como bem sabe a direita e o PS, que o aprovaram”.
No encontro, Carlos Silva solidarizou-se com o autarca, que não escondeu o seu desagrado com a forma como a questão do Hospital de Fafe tem sido conduzida, e denunciou o facto do secretário de Estado da Saúde ter prometido consultá-lo, sem que, até o momento o tenha feito, o que na opinião do candidato bloquista representa um “enorme desrespeito pelos legítimos representantes da população do concelho”.
Esse desrespeito é também visível na forma como está a ser preparada pelo governo a gestão do próximo pacote de fundos comunitários, onde o presidente da Câmara de Fafe, à semelhança de outros autarcas, lamenta a gestão excessivamente centralizada das verbas, e o facto de o seu concelho ser prejudicado por estar numa zona de transição entre o Interior e o Litoral.
Pedro Soares, dirigente do BE, transmitiu a Raúl Cunha que o BE se tem batido, desde o início contra a centralização da gestão dos fundos, pelo ministro Poiares Maduro, e acusou o governo de não estar a promover “a coesão territorial, mas sim a continuar a cavar as assimetrias regionais”. E defendeu que “o concelho de Fafe precisa de investimento público que apoie a agricultura e promova a criação de emprego e a fixação de pessoas e não a emigração, como está a acontecer”.