
O Festival Variações - Cultura Emergente pretende, na segunda edição, 2019, celebrar a cultura em todas as suas vertentes, numa região onde, apesar do público crescente, a oferta continua escassa e, sobretudo, nem sempre dá oportunidade aos artistas locais, nas diversas expressões artísticas, de mostrarem o seu trabalho.
Resulta desta constatação a convicção de que, numa das regiões mais jovens do País, conhecida pelo seu conservadorismo e tendência para replicar o que acontece noutras regiões, mas naquilo que se pode designar por “baixa cultura”, é possível criar um festival eclético, de vanguarda e inovador com agentes artísticos locais.
Desta afirmação resulta uma outra: se na maioria dos casos, os artistas têm de sair de Braga para trabalhar e obter reconhecimento. No nosso entender, uma verdadeira e coesa política cultural para o concelho e para o distrito, é possível, dando palco aos inúmeros artistas locais nas diferentes artes.
Público e artistas locais convergem, no nosso entendimento, na ânsia de usufruir e de oferecer ao usufruto, numa cidade e num território cuja oferta cultural pode ser um fator de atratividade e de dinamismo económico, permitindo gerar emprego, sobretudo jovem, na região.
Na região de Braga e noutras cidades do quadrilátero, existe à margem das dinâmicas oficiais no âmbito da oferta cultural, uma abertura e uma força cultural emergentes, visíveis em numerosas iniciativas que se realizam fora dos circuitos sob alçada das edilidades ou dos grandes palcos.
Não obstante o facto de a região de Braga ter já o terceiro maior número de espetadores em espetáculos ao vivo, mas é apenas 8ª cidade em número de iniciativas culturais e a 35ª em número de espaços dedicados a iniciativas culturais.
Braga é, também, o concelho que menos despesas tem em cultura quando comparado com os vizinhos do quadrilátero urbano e com outros municípios do Norte.
No Bloco de Esquerda sabemos que há muito que as diferentes formações artísticas reivindicam apoios junto da edilidade, nomeadamente espaços para ensaio mais abundantes, eventos e palcos onde os artistas, das mais variadas manifestações artísticas, possam mostrar o seu trabalho condignamente.
O panorama cultural e artístico da região, em particular da cidade de Braga, é praticamente vazio no que à visibilidade e valorização de artistas e de formações locais nas diferentes expressões artísticas. O município raramente reconhece estas dinâmicas, quer através de apoios (financeiros, salas de ensaio, entre outros), quer através de iniciativas que os promovam.
O objetivo do Festival Variações, Cultura Emergente é dar palco e visibilidade a todos e todas os agentes artísticos, bracarenses e não só, reforçando a visão de que é possível dinamizar culturalmente, ente o concelho e o distrito com artistas de cá, contribuindo para que se fixem na região e não tenham de sair para trabalhar.
A entrada é livre e gratuita!
Objetivos:
- promover os artistas e as bandas locais e regionais
- contribuir para a criação de público
- estimular uma agenda cultural
- dinamizar uma oferta cultural local diversificada
- contribuir para uma agenda cultural local e regional de referência
- encarar as atividades culturais e artísticas como profissões e com direitos
- reforçar a cultura e a arte como formas ativismo e de posicionamento político
- valorizar o papel da cultura e da arte como essenciais às comunidades
- promover o debate e reflexão sobre o papel das dinâmicas culturais e artísticas na formação da cidadania ativa, crítica e interventiva
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Programa:
O Festival Variações – Cultura Emergente está maior e mais abrangente.
Cresceu em dias: teremos dois dias de atividades a 12 de julho, à noite, na TOCA, e no dia 13, uma tarde e uma noite repletos de atividades.
Cresceu em espaços: TOCA, Barhaus e Avenida Central. De destacar que este ano, além de termos maior abrangência cultural e artísticas, estamos em 3 espaços diferentes da cidade: o espaço cultural A TOCA, o bar Barhaus, e o espaço público de manifestação artística e cultural que todos os bracarenses identificam, a Avenida Central, mais concretamente, a Praça da República.
Cresceu em géneros artísticos: pintura, fotografia, teatro, música clássica, jazz, hip hop e os vários géneros de rock. A música clássica será com Ricardo Cerqueira, que nos apresenta Guitarra do Desassossego, e com Marta Moreira e Marta Ferreira, que nos trazem o projeto Meninas Estranhas Falam Dialetos Estrangeiros. O concerto de jazz conta com COMBA, da Escola de Jazz de Braga. O hip hop será com OSSO e rock com Palas. Isto para o dia 13. No dia 12 temos um concerto na TOCA com duas bandas: Mr Mojo e Gator the Alligator, às 21h30.
Este ano conseguimos também ter teatro, com a companhia Depósito de Cenas, que fará a estreia nacional de “A Primeira Versão do Amor”, um texto original de Eugénia Brito, que muito nos orgulha, no Barhaus.
Vamos ter também artes visuais, com as exposições de fotografia de Rafa Lomba, que nos trará a fotoreportagem das greves feministas e climáticas, e outra de desenho e pintura de Marília Soares sobre as mulheres de Abril. Ambas na TOCA.