
Mariana Mortágua visitou na tarde desta quarta-feira a Bosch, tendo reunido com a Comissão de Trabalhadores. À saída, apresentou-a como exemplo de “uma fábrica importante para a economia do país, que tem lucros mas depois o salário base fica pouco acima do salário mínimo nacional, 870€” e onde “não há um contrato coletivo em vigor e, portanto, as pessoas que aqui trabalham trabalham em condições cada vez mais degradadas”.
Mas a ação serviu sobretudo para chamar a atenção para o trabalho por turnos numa empresa na qual trabalham “mais de 3.000 pessoas" e a maior parte neste regime. A coordenadora bloquista salienta que “o Bloco de Esquerda tem uma parte importante do seu programa dirigida especificamente às pessoas que trabalham por turnos”. Pretende-se um subsídio de turno “para que haja uma remuneração condizente com a penosidade e o trabalho mais difícil que é viver por turnos”, a reforma antecipada "para quem trabalhou por turnos toda uma vida e perdeu uma boa parte da sua vida”, mas também “garantir descanso” enquanto estão na vida ativa. Isto passa por a cada mudança de turno garantir 24 horas de descanso e que os descansos se fazem ao fim de semana, a cada seis semanas, duas folgas ao fim de semana “porque as pessoas têm que ter tempo para estar com as suas famílias quando as famílias também estão em dias de descanso, que é ao sábado e ao domingo”.
Questionada sobre se será possível implementar estas medidas, a dirigente bloquista respondeu que “a força do Bloco vai permitir impor estas medidas porque é assim que se consegue avanços em Portugal”. O partido assume o compromisso de defesa destes trabalhadores e assim “cada voto no Bloco é um voto para impor medidas para os trabalhadores por turnos”. Portanto, “trabalho por turnos com direitos e descanso, salário, subsídio de turno e reforma antecipada é o mínimo que podemos fazer para respeitar toda a gente que trabalha e ajuda a construir este país”, concluiu.