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Comissão Parlamentar do Ambiente unânime para travar poluição do Rio Vizela

“Não basta despejar dinheiro para resolver os problemas, é necessário que haja uma grande sensibilização para este problema”, vincou esta manhã, Pedro Soares, deputado do bloco e presidente da Comissão Parlamentar do Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação. Há mais de duas décadas que tem sido investidos milhões de euros na despoluição da bacia do Ave.

Para se resolverem todos os problemas que afetam o rio Vizela, ficou demonstrado esta manhã por todos os deputados da Comissão Parlamentar do Ambiente o interesse em atingir este objetivo, durante um encontro que decorreu na Casa das Colectividades, em Vizela. Deste encontro participaram representantes dos municípios de Vizela e Guimarães, associações envolvidas na despoluição do rio Vizela, Vimágua, Águas do Norte e Agência Portuguesa do Ambiente.

Todos os grupos parlamentares puderam tomar conhecimento e contato com a realidade da Bacia Hidrográfica do Ave, concretamente com a poluição no rio Vizela. “Continuamos a ter estações de tratamento de águas que não funcionam bem, dificuldades ao nível do tratamento dos efluentes domésticos, não há separação entre a rede pluvial e a rede de águas residuais e empresas que não estão ligadas à rede de saneamento público”, disse Pedro Soares, deputado do bloco e presidente da Comissão de Ambiente. Tudo isto contribui para a má qualidade do rio, tal como indicou o responsável da Agência Portuguesa do Ambiente durante o encontro. Pedro Soares defendeu ainda exigir medidas às empresas que poluem de modo a minimizar a má qualidade dos efluentes que chegam às estações de tratamento.

A APA referiu que tem feito todos esforços para reduzir impacto de cada ETAR, reconhecendo que é possível diminuir a cor do caudal que sai das estações de tratamento para o caudal do rio. Ao longo de toda a Bacia existem 40 pontos de monitorização da qualidade da água.  “A parte biológica é o parâmetro que está má”, referiu a porta-voz da APA.

Admitindo que há recursos que podem ser melhorados, a Administração da empresa Vimágua, que cobre o tratamento das águas dos concelhos de Guimarães e Vizela, indicou que já foram investidos 80 mil euros para melhoramentos das estações, um valor avultado que resulta da cobrança feita aos utilizadores, ou seja, aos munícipes de ambos os concelhos.

A Águas do Norte garantiu estar a cumprir todos os parâmetros na avaliação da qualidade das águas que são devolvidas aos caudais dos rios. No entanto, o porta-voz reconheceu que é preciso "mais e melhor" para resolver o problema do rio Vizela, admitindo a “existência de problemas técnicos” e desvalorizando a cor da água, vermelha, que é devolvida ao caudal do rio: "é mais o efeito da cor do que uma questão de estar fora dos parâmetros". Os deputados questionaram ainda sobre a existência de tratamento terciário nestas ETAR`s, pois: “se há cor na água há também odores que com o tratamento terciário significa que não estão a ser cumpridos todos os requisitos no tratamento”.